terça-feira, abril 13, 2010

Em cada pedra levantada, em cada galho lascado


8A avistei da estrada e as nuvens a cercava, procurei os angulos e captei a bela imagem...  Na lente, na alma...

Por Rafael Belo

Ela atravessou o tráfego fora da faixa de pedestre e foi o bastante para bater no topo das árvores centenárias, para logo cair em um som seco no momento da liberação do trânsito. Os veículos todos se encontraram em estrondos em angustia, na pura ânsia de chegar antes sob o efeito daquele corpo. Estava tudo parado em silêncio na cabeça de Reyvan, até quando girou, segundos antes. Sua cabeça parecia expandir e nada respondia, no entanto ela não sabia nada sobre estes instintos. Sua cabeça era um limbo gélido rumo a um buraco negro.

Reyvan via um turbilhão de movimentos perante seus olhos, mas era como captar compreensão sob um corpo em chamas. Levaram-na, falaram com ela e para Rey era tudo imagens sem qualquer significado. O cérebro dela nada processava, mas sua alma estava despertando, se expandindo feito um manto sagrado a aquecer o corpo, a sacudi-lo em delicadeza para voltar a tomar as rédeas... Mas, havia um pressentimento. Demorasse o tempo devido, se suas atitudes e faltas destas não viessem a... Não viessem a traçar um rumo significativo, mesmo com aparência insignificante, poderia encontrar outro corredor da morte.

Passaram-se dias, na cabeça de Rey. Lá fora a multidão aglomerada havia parado o trânsito da cidade. Não importava mais quem era o culpado nem o motivo de chegar a esta situação. Ali um pacto se formava. O medo de mais uma vida se esvair em atropelamentos sem lógica pulsava e podia ser ouvido por quem prestasse atenção em qualquer lugar imaginável. Eram segundos para eles.

Ela sorriu para as lágrimas, fechou os olhos e se lembrou da sua missão caída em anjo. Levantou como se agigantasse em ar de benevolência, abriu as asas invisíveis e em um abraço de esperança cálida fez todos fecharem os olhos e respirarem fundo, enquanto sumia da vista, da memória... Aprofundava-se na alma de todos feita semente, feita precisão. A multidão silenciosa demorou a abrir os olhos e procurar outros olhos mais próximos, para então abandonar os veículos e. quase compacta. seguir para adiante.

4 comentários:

Déia disse...

Aiii...

A foto é maravilhosa...

Mas a história me causou certos arrepios...só de imaginar!!

bj

Naty Araújo disse...

Ahh Rafa... lindo, isso se torna até repetitivo haha.
Sempre me surpreendo com suas imagens e seus textos. Essa, com certeza, não foi diferente.

Beijos.

Sueli Maia (Mai) disse...

Caramba!
Imagens fortes.
Tantos pensamentos a girar...
Lembrei de uma cena de atropelamento que vi. Um amigo me contou que teve uma experiência de quase morte.
Beijos, querido.
Bom domingo!

olharesdoavesso disse...

Hhehe esta é a itnenção querida Déa! hehe bjs

Obrigado pelo carinho Naty. Beijos

Bom que o efeito foi surtudo hehe. Obrigado Mai, beijos.