domingo, julho 11, 2010

Trilha sem nexo

8 captei da poltrona de casa para a noite entrando em contraste peculair incandescente decadente...
Por Rafael Belo

Hoje senti o peso do olhar dele. Ele malhava silencioso e sedutor e eu fingia que não olhava. Ele não é como os outros. Claro... O pensamento não é original e nem o próximo: Ele É diferente. Meus pecados serão redimidos quando... Perceba... Não há se... Quando... Acertarmos-nos... Ele me deseja. Não sou nada de mais, mas tenho um ar inocente e uma atitude, disse ele. ‘Nome gostoso de ter na boca’ ele sussurrou certa vez e soletrou o mais devagar possível: Na i a na... Exatamente com esta separação. Só pude me arrepiar e fechar os olhos imperceptivelmente. Ah, Arauto... Peculiar nome...

Foi há tanto tempo. Não pensei em reconhecê-lo quando nossos olhares se seguraram no meio de uma frase qualquer de reencontro. Uma porta aberta no meio da noite como se não estivesse trancada e a lua invisível já não passasse do meio deste universo... Insólito. Aquele olhar aos 17 quase 40, volta agora aos 33 praticamente centenário... Coisas inacabadas deixadas simplesmente para trás parecem nem ficar por onde deixamos, acabam neste olhar nostálgico ainda jovem pela porta de uma noite cansada brisando.

No fundo desta única lâmpada algo diz não haver solução nem explicação para tudo. Motivo então, metade das vezes são criados por pressão. Os impulsos hormonizam a nossa falta de harmonia e avançam pela noite convidativa por mais... Nem toda porta aberta serve para entrar ou sair às vezes é janela para lembrança e muito mais. O peso do olhar dele malha minha mente maculada feito um blues prendendo ao fim de um filme como um vício misturando Ska dos Paralamas do Sucesso repetindo e repetindo... :

A vida não é um filme você não entendeu, Ninguém foi ao seu quarto quando escureceu, Sabendo o que passava no seu coração, Se o que você fazia era certo ou não, E a mocinha se perdeu olhando o Sol se por, Que final romântico, morrer de amor

Relembrando na janela tudo que viveu, Fingindo não ver os erros que cometeu
E assim, Tanto faz, Se o herói não aparecer, E daí, Nada mais...

Talves minha vontade de ser seduzida me fez criar Arauto e quem nem exista no final seja eu. Uma ideia romântica de guerra e paz enquanto o 'real' é um hibridismo sincretizado em pouco mais de algumas linhas quando o medo de se aproximar sempre distancia mais e mais em uma razão de Platão.

Um comentário:

Stella disse...

Então é amor próprio, amor imaginário, amor platônico?? Não seria tudo a mesma coisa, no final das contas?

rs

Beijo