terça-feira, agosto 20, 2013

Contrato de fidelidade

Contrato de fidelidade
por Rafael Belo

Quem nunca teve obstáculos de elite para mudar de planos. Tim, Oi, Vivo Claro, Net, JET, GVT e por aí vai. De acordo com o Procon, apesar de tanta propaganda apenas a Oi não tem contrato de fidelidade, o restante luta até na Justiça pelo direito de manter a coleira empresarial em nós. Há momentos que até o odiado telemarketing revela os falsos atrativos para atrair clientes. Nosso plano de acesso as redes virtuais é Oi por comodismo etecetera e tal, mas nunca pagamos o valor acordado, então em um corte desavisado descobrirmos que tínhamos uma conta de mais de trinta reais para telefone, detalhe, não discriminada nas faturas. Por isso, pagávamos cerca de cem reais por uma conta que não deveria passar de setenta. Fomos "alertados" pelo telemarketing...

Mas isso é, infelizmente, historiazinha comum. Porém, a tal da portabilidade ainda esbarra na fidelização, o tal contrato de fidelidade. A Net, por exemplo, era o plano dos meus pais. Tudo lindo, maravilhoso, salve salve, até aparecer a vontade de cancelar. Reclama daqui, reclama de lá, alega de lá, comprova daqui, queriam cobrar uma multa de fidelização. Enrolaram. Apareceu o Procon. Desenrolaram e liberaram tudo em menos de 24 horas. "Tudo bem" este é o campo de lá, mas e o campo de cá. A exigência da amizade fidelizada? A padronização de comportamento exclusivo?

Vai dizer que nosso ciúme, egoísmo, cobiça, não cobra atos de amigos que gostaríamos que fizessem, aliás, que faríamos. Estas nossas exigências vão além da multa por recisão. Queremos presença, presente, apoio, ouvidos, ombros, participação... A regra é clara. Peraí! Regra?! Desde quando existem regras na amizade que não sejam os entendimentos morais e éticos em evolução ( ou em desuso?) por aí? A amizade é a LIBERDADE de escolhemos e sermos escolhidos um/por um outro para fazer parte de nossa vida. E os limite de tempo e espaço decidem as afinidades, diferenças e não as exigências.

Realmente, o que devemos falar mesmo é: será amizade mesmo? Um mero coleguismo, troca de bons dias, boas tardes, boas noites, companhias de vez em quando, aliados a carências são indícios do que há de vir, não do que já é. Nosso desespero carente por ter alguém de confiança, fiel, às vezes é tão canino que não enxergamos, nem sentimos a podridão debaixo dos nossos narizes. Vamos rápido querendo chegar logo, mas precisamos usar nossos sentidos para quem está mais próximo ou assim aparenta. Sabemos que só fazemos certas coisas com certos amigos e com certos amigos só fazemos certas coisas.  Afinal, amigo é aquele que sempre está pronto para te xingar e te acolher independente das independências e sem qualquer contrato casual.

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