terça-feira, novembro 12, 2013

Histeria coletiva



Histeria coletiva
por Rafael Belo

Com a dilatação do espaço e do tempo, existem momentos que o simples fica complexo quando queremos explicar algo. Esta pode ser a definição do nosso contínuo universo.  Mas, só porque ninguém em situação nenhuma alguém vai entender coisa alguma da mesma forma. O único motivo disso são nossas diferenças e pensar ao contrário são nossas semelhanças. “Somos” tão racionais a ponto de tentar decifrar o estado físico-mental-psicológico do outro e simplesmente definimos seus atos como monstruosos, maus ou surtados. Não queremos revelar tal ato ser parte da natureza daquele ser humano porque, de alguma forma, seria admitir nossas possibilidades malévolas, monstruosas e surtadas.

Não é um supertufão matando mais de dez mil pessoas nas Filipinas, como provável efeito dominó do nosso carinho pelo mundo, e complicando por demais a vida de cerca de dez milhões ou o assassinato de crianças que vai terminar em uma explicação plausível, aceitável ou final. Sem falar na corrupção nascida com Vera Cruz, ou melhor Brasil. Esta que vemos impregnada como a grande praga que é, principalmente nos poderes públicos e mata até mais que o temperamento da natureza. Alguém que é enganado, roubado, perde quem ama brutalmente, presencia atrocidades, é vítima de fenômenos da natureza devastadores, sobrevive a morte quase certa para aquele momento, e tantos outros exemplos, vai procurar uma explicação para o que acontece a ela.

A busca de tanta explicação, tanta razão para seres humanos que evoluíram tanto, mas cada vez mais usam mais a emoção para ter e dar razão parece, por acaso, plausível? Lógica e acaso possuem uma variação de significado muito forte tanto quanto a conversa entre um chinês lá de 3950 Antes de Cristo e um brasileiro moderno. Precisamos de uma lógica para manter a ilusão de controle sobre a vida, por isso misticismo e religião se misturam e sempre se misturaram, por isso tantas teorias da conspiração existem sobre uma mesmo fato histórico ou contemporâneo.

Não deve haver tantas razões para o assassinato de JFK, que completa 50 anos em 11 dias, ainda mais se listarmos o histórico de Lee Oswald, o assassino, que deu três tiros matando, o então presidente dos EUA em 63, o 35º, com o terceiro e resultando em incontáveis efeitos colaterais reverberando até hoje. Mesmo assim, são centenas de livros e dezenas de filmes sempre deixando uma interrogação ou mais dúvidas sobre o fato histórico. Certo é que certezas absolutas, verdades veementes e unanimidades devem ser critérios da seleção natural da próxima lei da evolução.

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