por Rafael Belo
Em menos de três minutos
seis “perdeu, perdeu”, o equivalente a três assaltos. Crimes pequenos à mão
armada, porém se comparado a quantidade de pessoas mortas em consequência da
ganância de João Honesto, não era nada. Aliás, João Honesto era político de
carreira, eleito e reeleito... Há 20 anos... Acompanhou o crescimento da
criminalidade fruto daquilo que tirou da educação, reurbanização e saúde... Mas
Honesto não imaginava ser roubado, reconhecido e, então, sequestrado.
Nos três minutos
criminosos, Honesto viu uma moto estacionar, o motoqueiro descer com uma .38 em
punho deixando o veículo ligado, entrando e saindo com um saco de dinheiro. Entre
uma coisa e outra roubaram esta moto novinha dele. Ele xingava e reclamava da
criminalidade na região. Quando se deu por si havia uma .45 encostada na
própria cabeça e lá ia seu roubo suado e sua arma.
Viu uma viatura em
ronda bem na hora de sempre. Foi até lá e denunciou o roubo da moto roubada na
noite anterior por ele. Não satisfeito queria registrar ocorrência da arma com
numeração raspada e do dinheiro assaltado. O policial, solícito, anotava tudo
quando o dono da padaria indignado pelo quadragésimo assalto e pela situação
política avançou com sua espingarda para o espectador João Honesto.
O malandro criminoso
ao ver a espingarda se jogou na parte traseira da viatura e bateu a porta. O dono
da padaria arremessou o político do outro lado batendo a porta e encostou a
arma na têmpora direita do policial o mandando ligar rápido e acelerar. Treinado,
o policial enrolou e já havia deixado o rádio comunicador aberto para toda a
polícia ouvir a ocorrência em andamento. Em poucos segundo esta chegou.
Assustado, o dono da
padaria acidentalmente atirou e uma saraivada de balas surgiu em resposta. Não houve
sobreviventes... No dia seguinte a notícia estampava todos os jornais: “Emboscada
à Honesto termina com quatro mortos”.
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