segunda-feira, maio 25, 2015

Onde está nossa alma?



por Rafael Belo
Todos os tipos se misturam invisíveis nas multidões da cidade... Bem tipos não, né?! Personalidades, indivíduos, pessoas, cada um possui características únicas mesmo se forem cópias de outros sujeitos. É impossível soar e pensar exatamente como outro ser humano e separar um por um em religião, política e futebol... Gestos e gostos são tão individualizados a ponto de não identificarmos qualquer origem.

Mesmo assim, há estereótipos espalhados por todos nós nos identificando etiquetas. Não de marcas, pelos menos não exatamente, mas não é nosso nome de batismo diria Drummond. Aliás, Carlos Drummond de Andrade terminaria nos falando eu sou a coisa, coisamente. Vendemos imagens gratuitamente, ostentando nomes nos pés, roupas íntimas, calças, camisetas, celulares, selfies... Tudo enfim...

Da mesma forma julgamos separando pessoas por sexo, idade, jeito, gesto, erros... Preconceito? Com certeza. A hesitação, a dúvida, a indiferença, a superatenção, o pensar superior, o fazer mais correto, o dizer melhor, a maneira mais certa de se comportar, o adequado, o inadequado, estas nossas palavras afiadas atiradas jazendo tão enferrujadas nos pensamentos, na língua envenenada...

Talvez na lua desfocada na noite... Morremos e matamos com vírgulas e certezas inexistentes diariamente. Temos frases prontas sobre os diferentes sexos, outras orientações sexuais, as inúmeras origens, as diversas religiões e não somos todos seres humanos? Por incrível que pareça somos. Apesar das atrocidades, genocídios, das guerras por ganância, religião... 

Não faz tanto tempo um povo escravizava (??) o outro e nem conhecíamos a existência de um país vizinho, mas em seguida juramos por Deus que os nascidos e descendentes da África não tinham alma... Então, onde está nossa alma?

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