quinta-feira, novembro 05, 2015

Mar doce no sertão salgado


Como folhas secas esmagadas no outono chove
no som úmido umedecendo lembranças em ritmo
e não passa esta branca cortina conectando correntes
vidas são sopradas suavemente sem se mexerem no íntimo

fritando e esfriando o mundo lavado ao mesmo tempo
viva ligação entre os elementos dos quais somos fração de movimentos
é primavera chuvosa alagando os fins de tarde
como canção molhada chorando céus comoventes

águas de novembro nos invadem
para levar o que é seco e povoar nossos desertos congelantemente quentes.


(às 18h15, Rafael Belo, quarta, 04 de novembro de 2015)

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