quinta-feira, janeiro 05, 2017

se não for sorriso



 renova a pele descamada camada sob camada dos anos que ainda virão
há uma imensidão de passados impregnados nas marcas do corpo
céu e inferno se perpetuam em uma eterna fumaça

não importa nossa façanha há algo no faça a nos derrubar
precisamos cair para enxergar para entender o desentortar no topo
há uma constelação pulsando fora das nossas mãos em datas esparsas


janeiro vem certeiro dando a sensação de recomeço de novo
quantos interiores guardamos sob o peso solto da nossa pressão?
os silêncios doem no peito enfartam horas ainda não nascidas

jazem abortadas já sem serem sequer seduzidas pela vida
convertendo tempo em espaço afrouxa o laço é o invisível
impossível de se ver com os cotidianos olhos se não for sorriso.

+ Rafael Belo, às 10h57, quinta-feira, 05 de janeiro de 2017+

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