domingo, julho 05, 2009

Afinação do tempo

(foto da primeira vez frente a uma rotativa e lá se vão os anos)

Aquele vento não sopraria de novo para bandear com as folhas
Ele correu o mundo único soprando outras únicas folhas
Uma turnê particular soprando em melodias locais
Por quem o vento tocar e levar
Para quem se lembrar ser também das bandas do vento

Passando por brisas e bandalheiras aos grunhidos e agudos
Absurdos sopros acumulam poeiras ou as retiram
E vento soprado primeiro não é o mesmo na segunda vez

Quando aquele vento volta vindouro
Varre as primeiras vezes consecutivas
E os ventos furtivos do planalto furtam nosso ar

Na terceira leva do vento voltado
Ainda há unicidade pérolas e diamantes
Basta contar até três e soprar para o vento sumir
E todas as outras infindáveis vezes de (re) volta
Ele acumulará bandas sopradas e tocará igual, mas mais afinado

23h42 Folha de Outono (Rafael Belo) 04 de julho de 2009.

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