Entre as Ruas Escolha, Opção e
Alternativa cruzava a principal Avenida daquela cidade, Seleção, mas ninguém se
importava com o significado daquelas palavras, o importante era elas levarem as
pessoas para todos os pontos de onde moravam. Eram as veias essenciais a
permitir fluxo e proximidade, mas o pensamento vagava mesmo pela contramão.
Xenia vivia bem ali, na contramão. Não entendia tantas pessoas seguindo o mesmo fluxo sem ao menos prestar atenção ao nome da correnteza. Não entendiam a passagem, pois estavam de passagem e a compreensão de serem passageiros não parecia estar plenamente consciente a não ser a constante negação.
Ninguém parecia levar a sério as
ruas e a avenida, ou melhor os nomes delas. Xenia repetia e ia até os carros
pedir atenção, às vezes, recebia por ser mulher, mas em tantas outras ninguém
sequer a olhava. Jogavam-lhe de tudo inclusive moedas e tudo que ela queria era
falar sobre a importância do nome de tudo e de cada um.
Então, Xenia vivia por ali onde as
três ruas e a avenida se cruzavam em um grande rotatória com semáforos. Levantava
seu cartaz (ela esperava que um dia alguém lesse) e este dizia: “Escolha a
opção cuja a alternativa seja a seleção, antes de tudo de caráter idôneo, de
moral elevada e ética condizente...” Em letras grandes, em letras pequenas
estava: “Ou simplesmente escolha algo e alguém que realmente te represente, mas
pode começar dando atenção a este cartaz...
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