Sempre com um passo atrás e outro
adiante ficamos congestionados como uma gripe maltratada retornando a todo
momento e de tanta distração procurar, ficamos distraídos e doentes. Hoje somos
a distração, somos a própria doença que combatemos constantemente achando
sermos a resposta e a termos também, feito oráculos superficiais do tempo.
Proprietários de fragmentos de
conhecimentos e informações temos ilusões de grandeza e de fato achamos
dominar. Somos farmacêuticos, juízes, intérpretes e jornalistas. Indicamos os “melhores”
remédios para qualquer dor, afinal temos todos o mesmo DNA, a mesma genética,
enfim cada característica que nos diferencia na verdade não existe. Nos atropelamos
nos acontecimentos...
Escorregamos na
superficialidade dos fatos sem cronologia, sem antes ou depois... Quem dirá as
consequências... E apontamos o dedo, culpamos, esbravejamos condenando seja lá
quem for. Costuramos um fato aqui, uma ideia acolá e uma informação mais
adiante e pronto temos provas taxativas para tachar qualquer situação,
histórico e pessoa. Somos tão autossuficientes. Pequenos deuses...
Nós, então, interpretamos nosso
tempo e sempre que o resultado é diferente daquele do qual tínhamos certeza e
provas, não era bem assim e ganhamos o Oscar de melhores intérpretes, porque
sempre com um passo atrás e outro adiante vivemos no limite da dor da nossa
abertura abusando das nossas extensões tecnológicas.
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