Às vezes eu me sinto um náufrago,
mas ao invés de ser resgatado de uma ilha me tiraram do continente e me jogaram
em um vasto arquipélago. Cada um é uma ilha em seu mundo... Um dia inventaram
que ninguém é uma ilha, mas é claro que o pensamento de John Donne é mais
profundo. Somos ilhas, organismos distintos e mais... Somos completos sim,
porém temos acessórios de expansão.
Somos todo um universo em nós
mesmos e tememos nossos limites mesmo desafiando e invadindo os alheios. Somos parte
do continente, do todo? Somos! No entanto,
se não exploramos quem somos e quem podemos ser ficaremos uma ilha enquanto
também somos O continente e O todo. Por isso, vagar nos arquipélagos com base
em calotas polares leva a sermos ilhas itinerantes vagando em um oceano
tempestuoso.
Assim extinguimos praias nossas
ainda selvagens. Bons selvagens que somos, bem lembrando Rousseau, estamos em
nosso estado natural e fingimos estar além dos “constrangimentos sociais” ao
brincarmos de sermos democráticos... Seguimos o comportamento padrão nos
perdendo em outras ilhas e formando um continente ligado por incontáveis Estreitos
de Bering não permitindo que nada derreta esta ligação.
Até percebermos ser ocupação e
posse, insistindo no esvaziar do verbo amor, instinto de sobrevivência...
Então, saímos ou fingimos não ter esta percepção. Precisamos aceitar nossa
condição de ilha e depender, ocupar e possuir apenas nós mesmos. Permitir nossa
criança propiciar a si mesma felicidade, pois assim, libertos, vamos sendo
continente e todo, nos transformando na verdadeira Pangeia... Por enquanto,
todo homem é uma ilha.
Um comentário:
Muito bom......mamys
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