segunda-feira, dezembro 01, 2014

Sob a pele do outro – Rafael Belo


Na maior bifurcação do mundo ninguém mais se mexia. Estavam todos parados, mas de repente alguém vindo de outra via cruzava entre as multidões, escolhia o caminho e seguia.  Seguiam muitos atrás apenas pela postura e a confiança nos passos. Parece ser assim hoje em dia, no entanto nada mudou sobre o engano das aparências e delas enganarem.

O respeito desceu para áreas mais ao sul e o norte tem sido solitário e inóspito para quem chega até ele. Há uma tentativa constante de despersonalização da pessoa, disfarçada de independência, liberdade e construção de personalidade. Não é claro que a independência é ter autonomia para fazer o bem entendido por si bancado pelas próprias finanças e liberdade é a ponta do iceberg, um sentimento de uma emoção particular de cada um. Até vir o Titanic diário desafiando tudo e todos garantindo não afundar...

Neste caso do indivíduo, eu vejo cópias coletivas o tempo inteiro... Como um par de asas idênticos de borboletas que pousam e precisam do mesmo impulso e força nas duas asas para voltar a voar. Não são idênticas... Há assimetria em toda parte e em grande parte de nós mesmos.

Afundadas em pensamento e atitudes parecem réplicas de uma programação inserida no nosso cérebro. Um grande ensaio de como viver e morrer. Há um julgamento constante do outro, do próximo sempre baseado em si mesmo e em “exemplos”. Se ele pensa diferente da gente está errado, se ela não faz o que faríamos não está certo...


Não somos ninguém para dizer às pessoas como devem pensar e agir! Não vestimos a pele delas, não estamos sob as situações terminadas, ou terminais, parcialmente responsáveis pelo caminho culminando na forma que a pessoa está. O que sabemos afinal, além de apontar o dedo e criticar?  Não estamos falando de lei, moral ou ética e sim de criar instantâneos anjos e demônios.  Respeitar o direito de todos de ser e estar não é aceitar ou ser conivente é finalmente aprender a Amar.

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