terça-feira, junho 02, 2015

fim do mês



perdeu-se das migalhas espalhadas pelo caminho
tornou-se aquele mesmo que não era ele
mastigou seu dom como pão amanhecido

de muitas manhãs sonhadoras endurecido

envelhecido pelo acelerar do arrastado tempo
vento dentro da ampulheta misturando o dia as horas a vida

de repente o conteúdo escapa e o homem-máquina
já nem aproveita o motivo de trabalhar pausa dramática

dignidade e respeito já perderam a definição

nas fileiras incontáveis do fim do mês há tantas de escravidão.


(Rafael Belo, às 22h09, segunda-feira, 1º de junho de 2015).

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