quarta-feira, junho 03, 2015

País Maravilha



por Rafael Belo

Aquela era a milésima fila quilométrica enfrentada por Alice País. Milhares de desempregados como ela... A maioria homem... Será que isso significa que eu deveria ficar em silencio quando assediada e ter um salário menor comparado ao sexo oposto... Claro que não! Significa que o sistema de emprego dos anos 1950 não funciona mais há décadas. Era só o que me faltava... Lá vinha o amanhecer e ela estava desatenta.

Medida por aquele bando de desempregados, Alice se sentia mais uma vez incomodada. Não preciso ser um par para ser feliz e se meus pais ou alguém perguntar de um namorado inexistente affe.  Finalmente ela era a próxima. Precisava trabalhar, mas estava todos demitindo e não contratando. Na hora de responder as questões ela já não sabia mais qual cargo estava disputando mas...

Foi admitida naquele lugar. Era para começar imediatamente e a pergunta era se podia pensou sem demora Claro que não!!, mas não estava em situação de negar e disse Claro que sim!!  Não tinha perguntado o salário, porém estava tão endividada... Nunca havia ficado desempregada na vida e agora isso... Foi por oito horas exatas. Quando se preparava para ir embora a dona do jornal (ah, sim era um jornal) Gritou: “Estagiária não tem hora para ir embora não no meu jornal”

Ainda estava revoltada quando saiu xingando o primeiro a medi-la. Acúmulo de funções, desrespeito às normas trabalhistas, carga horárias excessiva, sem horas extras, nada de banco de horas, vale-alimentação e vale-transporte, autoritarismo... Que empresa continua crescendo desta maneira?  E lá foi ela fazer empréstimos e ajudinha para mostrar como fazer direito. Depois de se dar mal várias vezes, aprendeu e criou a empresa infantil de sucesso País Maravilha.

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