quinta-feira, julho 06, 2017

arrume



a sombra do pássaro lamenta o constante passo em falso
descalço nos espinhos da solidão ser defendida liberdade
há um falsete no canto um entrave em alarme na convicção
condições climáticas contam a previsão de chamar para perto o inverno

há um inferno fraterno aberto na boca alinhada bico para costurar romance
o reivindico gritado ao vento um alento distante entre nós souvenirs dos instantes
 aproximando em rompantes nossos eus navegantes deste tempo juntando ondas

afogam orgulhos arrogantes no caldo do mar contemporâneo quando a gente tomba
a correnteza nos leva traz leves no refluxo enquanto o pássaro agora nos encanta

feliz quem canta a descoberta do romance e em um desmanche é governante deste coração habitado sem regras bagunçado lado a lado ao barulho gostoso do silêncio da revoada da pulsação.


+às 10h33, Rafael Belo, quinta-feira, 06 de julho de 2017+